APETRECHOS DE TRABALHO X ADORNOS DE VAIDADE
Todo tema em que tratamos falar de Umbanda como um todo,
sempre irá esbarrar em insatisfação por parte e alguns, isso se da pela
polaridade de entendimento do culto de Umbanda.
Mas podemos exercitar (sem Julgar) o bom senso da
racionalidade das coisas.
Vemos e ouvimos muitos exageros por terreiros em todo o
Brasil; ficarei neste caso, restrito aos apetrechos utilizados pelos guias em
forma de “ferramenta” de trabalho.
Apetrechos de trabalho pode-se dizer que é tudo aquilo que
atua no campo magnético e/ou psíquico, tais como:
Guias de contas, terços, cocares, patuás, pembas, cuité,
cachimbo, charutos, velas, facas e punhais, capas e cartolas (com Exu),
chupetas e brinquedos (com Ibeijada) etc... Tudo isso faz parte de uma tradição
que podemos traduzir como FORMATO DE TRABALHO.
O Médico psiquiatra de quase nada se utiliza de apetrechos
de trabalho, enquanto um Médico cirurgião usa uma gama sem fim de apetrechos de
trabalho. Ambos são médicos, mas ha variante da utilização de apetrechos, isso
se da pela função especifica de cada área atuante.
Igualmente são nossos Guias, para cada área de atuação
(Missão) terá seus apetrechos de trabalho de acordo.
Então qual seria a desordem deste tema?
A VAIDADE que remete ao exagero!
O Cocar que um “caboclo usa”, quando passa de algo simbólico
e de tamanho proporcional com a sua função (manter uma identidade) e passa para
penachos volumosos grandes e multicoloridos, que nos lembram imediatamente
escolas de samba. Isso seria um indicio forte de ADORNO e não mais APETRECHO DE
TRABALHO.
Guias ou colares de contas são variadíssimos e cada escola
tem sua própria forma de usa-las.
Contudo vemos alguns membros de fé com guias com pedras
monstruosas de grande, com múltiplos balangandãs que podem até impressionar ao
leigo, mas que cai no ridículo aos olhos de quem conhece fundamentação;
piorando isso é a quantidade de Guias em um único pescoço; já tive a
oportunidade de estar em um local que o “Médium” tinha entorno de 30 a 35 Guias
(o numero é impreciso porque é até difícil de contar!) e se não bastasse, ainda
trabalham do inicio ao fim com estes “500 quilos” de pedrinha de vidro; sim por
que sinceramente não passam de bijuterias em alguém que quer impressionar
outros alguéns!
Paramentos (roupas) que usamos para vibrar/identificar
certas entidades. Cada escola tem a sua particularidade. Há as que usam somente
o branco, a as que usam paramentos para Exus, há casas que usam paramentos
diferenciados para cada linha. Isso é perfeitamente aceitável.
Mas a coisa passa a desandar quando vemos estes Paramentos
virarem desfiles de moda:
“Caboclos” com roupas riquíssimas cheios de lantejoulas e
etc..”. ´
“Pretos velhos” com toalhas bordada a ouro e cores que mais
lembram baianas de escola de samba, o tradicional “Carijó” nestas casas nem
aparecem!
“Exus” com paletó e sapatos de grife, para ficar melhor nada
de Marafo, mas sim uísque importado, se não for o Exu não vem!
“Bombogiras” com salto agulha 16, chapéus que mais parecem
barracas de praia e vestidos com valores próximo ao absurdo.
“Ibeijadas” vestidas a caráter, mas chega-se ao cumulo de
usar fradas!
Porque em muitos casos é por ignorância e falta de
conhecimento, mas na sua grade maioria é VAIDADE pura, puríssima.
Para que?
Para aplacar suas frustrações e emoções e tendo como
desculpa o “Guia” e a outro lado que é o “IMPRECIONISMO”, onde o neófito em
muitos casos fica vislumbrado com as coisas que olham (mas não enxergam!).
Umbanda meus caros
amigos, é antes de tudo caridade, amor e simplicidade. Quando se distancia
muito deste trino, esta deixando de ser Umbanda, pelo menos na sua Essência
maior, que é a EVOLUÇÃO ESPIRITUAL de cada individuo no culto. Pai Mauro
Simões.
Parabens pelo excelente texto irmão. É disto que nós Umbandistas precisamos passar para nossos irmãos. Oxalá te abençõe pela seriedade e honestidade que transmite no teu Blog. abraços umbandistas.
ResponderExcluirObrigado
ResponderExcluir